domingo, 17 de abril de 2016

Hashtag gratidão

Na era da superexposição é cada vez mais comum acompanhar as 24 horas do dia de uma pessoa - sejam nossos amigos, famosos ou sub celebridades-, no Youtube ou no Snapchat, um reality show comunitário e simultâneo. De acordo com nossa preferência pessoal tendemos a eleger nossos próprios ~digital influencers~, minha preferência pessoal me inclina a acompanhar booktubers, enquanto o nicho com, talvez, maior apelo seja o fitness-good-vibes, como eu própria decidi nomear. Essa definição porcamente construída abrangem perfis de alimentação saudável, exercícios ou apenas gente bonita e bronzeada que vive a beira da praia. Não sou do bonde good vibes, e por algum tempo eu os encarava com risinhos de desprezo. Como alguém pode ser tão positivo e feliz acordando cedo para praticar exercícios e bebendo suco verde? UGH, isso é TÃO errado, encerrava a Gabriela de alguns meses atrás. Preferia ser parte dos reclamações do twitter, sempre insatisfeitos e cansados. Não conseguia tolerar a positividade alheia e os RT em frases do Bob Marley, legendas com letras do Natiruts ou qualquer foto em na praia/cachoeira em posições de yoga. Minha impressão era de tudo isso não passava de uma farsa caça likes. Talvez fosse, não sei.

Quando comecei a enfrentar o peso das pressões diárias minha perspectiva mudou. Em meio ao caos rotineiro, aos prazos irreais, às expectativas sobre-humanas eu passei a desejar essa aura positiva na minha vida. Queria olhar pra natureza e conseguir apreciar, ou apenas me manter saudável e equilibrada no fim do dia, mas tudo o que eu capaz de fazer era reclamar no ouvido das minhas amigas, e chorar uns bons minutos antes de dormir. O desdém pela galera good vibes passou para inveja e depois admiração. Sério, gente, como é possível? Me passem a receita!!! Como levar um vida mais leve, mais satisfeita, mais livre e apaixonada? Como tirar um selfie que prestasse de maneira tão despretensiosa?. Eu não encontrei respostas, mas comecei a procurar por padrões de comportamento para, quem sabe, descobrir o segredo (me nego a ler O Segredo). Coisas como fazer alongamento ou parar de comer carne não funcionaria pra mim, meditar também não, apesar de considerar uma ótima ideia. Buscava por algo mais simples de ser alcançado, mas tão efetivo quanto uma corrida na orla.

Então uma palavra pulou e rodopiou ao meu redor: gratidão. Mas gente, que loucura! Eu ouço falar sobre gratidão o tempo todo graças a minha criação cristã-protestante. Gratidão é nosso bê-á-bá, como pude deixar isso passar? Era tão simples. Eis o mistério: eu queria me sentir grata, queria entrar nesse estado de contentamento e placidez, e impedir que todo sentimento negativo e opressor tomasse conta de mim. E quanto mais eu ansiava por essa gratidão brotando dentro de mim nada acontecia. E nem iria acontecer, porque, como descobri mais tarde gratidão não é um sentimento, é atitude.

É muito fácil pensar que gente como Gabriela Pugliese não tem problemas, contas a pagar, compromissos a cumprir. Quem escolhe viver uma vida positiva não decidi ignorar todos os problemas no mundo e viver única e exclusivamente numa bolha de irrealidade. Eles apenas decidem - consciente ou inconscientemente -, viver uma vida onde se aprecia o que é bom e aprender com o que é ruim não é tão bom assim. Minha vida não precisa ser um feed de instagram badalado, com mil jabás, viagens e aparições públicas em eventos (detesto), mesmo minha vidinha pode ser leve e colorida, às vezes confusa e mal administrada mas um prazer e não um castigo. Para todos os efeitos só temos essa vida, sem direito a reboot.

Depois de toda essa reflexão só agora chego ao objetivo desse post que é pontuar coisas que aconteceram essa semana pelas quais eu sou grata. É a primeira vez que faça registro disso, e foi totalmente inspirado e influenciado nesse post e em alguns tweets da Sofia Soter que pratica o ritual de gratidão:

• eu tive um dia para me dedicar só a faculdade
É ridículo dizer isso estando no 8° período, mas depois de ter o pior período de todos os tempos (alô 2015.2) eu decidi me recuperar. Continuo repetindo pra mesma que ainda dá tempo.

• comecei um laboratório que eu queria fazer há muito tempo
Se você também é da ECO vai saber do que eu estou falando, é o laboratório de Empreendedorismo digital AKA F5. Sempre quis fazer, mas sempre inventava desculpas. Agora é a hora.

• almocei com alguns amigos
Primeiro com a Rozen, minha parceirinha nas loucuras acadêmicas, e depois com a Ju, num almoço estendido onde falamos sobre términos, internet, leis sobre internet e youtubers. No fim da semana eu ia pro encontrinho das Minas da ECO (minha faculdade), mas acabou que não conseguir. Para compensar encontrei meu bff Thiago ♥.

• vou adotar um gatinho!!!!!
(=^・^=) YAAAS! Eu já queria muito adotar um gatinho, tive três até hoje e. depois de muitos insucessos, minha mãe negou a possibilidade de outro animal de estimação, mas cá estou eu desafiando todas as leis dessa família.

• eu escrevi um post!!!!
Sim, é isso aí. Cada post uma vitória. Segue o baile.


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