sábado, 13 de setembro de 2014

Das cartas que eu nunca te escrevi

Na verdade eu escrevi uma carta. Umas mil cartas, umas mil vezes. Risquei, apaguei, joguei fora algumas, outras tantas guardei. Na gaveta e dentro de mim. Um emaranhado de palavras, mais sem sentido que minhas ações, mais confuso que o roteiro de Lost. Tudo o que eu disse foi nada perto do que eu queria dizer. Como bem disse meu querido Sabino (o Fernando): "O importante não é dizer. Certas coisas não se dizem, porque dizendo, deixam de ser ditas pelo não-dizer, que diz muito mais." Ele estava certo, mas nem todo mundo sabe disso. Ou entende. Você não entendeu, tudo bem, não era sua culpa. Nem minha. É assim mesmo que é. Amar é entender sem palavras, é saber sem perguntar. Não saber dizer, não saber falar também faz parte de amar. Só que nosso amor era diferente. E nós nunca deveríamos ter estraga-lo. Esse tipo de amor deve permanecer puro, intocável, de tão frágil que é. Mas na nossa ignorância ele foi rachado, quebrado, quiçá pra sempre. Agora é tarde, e tudo bem, sabe. Você sempre dizia que algumas não são pra ser e agora eu entendo. Apesar de tudo foi melhor assim, nós sabemos.

Queria dizer que eu perdoo a mim, e perdoo você. E espero que você faça o mesmo.

11 comentários:

  1. Eu tenho a mania infeliz de dizer tudo, até mesmo quando não cheguei a concluir o pensamento. Percebo que poderia ter evitado tanta coisa... aprendendo com seu post <3

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  2. Oi Gabriela! Cara tenho que dizer que fiquei fã do teu blog!!!!!
    Você escreve muito bem. Fiquei emocionada com a carta, que nunca foi escrita mas eu li! =P

    Fiquei até com vontade de participar desta postagem coletiva também. Eu falei lá no meu blog sobre independência, mas tua carta me convenceu! =)

    Meus parabéns!

    Vanessa Vieira
    Pensamentos valem mais que ouro

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    1. Vanessa, obrigado, eu amei seu comentário! Tô toda boba rindo pra ele hehehe. obrigado! acho que ela emocionou por ser bem sincera.
      Bjs

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  3. Linda demais a sua carta. Realmente, tem coisas que devem morrer no peito, sem serem ditas. Mas como é difícil, não é?

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    1. ô se é... a gente só aprender praticando. ás vezes dá certo, às vezes não. mas é assim mesmo, até os erros (no caso falar demais =x) nos ajudam a acertar.
      Bjs!

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  4. Queria falar menos ... mas, que disse que a ansiedade deixa?

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    1. Não, não deixa... a ansiedade bagunça tudo! Tem que resistir a ela, é difícil mas é o jeito.
      Bjs Milla!

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  5. Que linda essa carta, Gabriela! Achei curta e forte, principalmente o final: Perdoar a si antes de perdoar ao outro é, nesse caso, muito importante :)
    beijo!

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  6. Jamais imaginei ler algo desse cunho vindo de você, na verdade eu fiquei boquiaberto pelas palavras, contudo o que me dominou foi a felicidade de entender um pouco do que se passa nessa cabeça, que na verdade é uma caixinha de surpresas.

    Amazing mah friend!

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