terça-feira, 29 de março de 2011

Só um pensamento

"São tipo duas da manhã. E eu estou trabalhando. Não tive aula de manhã. Acordei umas oito e meia, trabalhei até uma hora, tive uma reunião de pauta, fui pra aula no Senac, voltei e trabalhei até agora. Amanhã tenho aula às oito, claro.
Daí vem aquela vontade de largar a USP. O Senac não que já está terminando. Mas vem toda aquela vontade de largar a USP, de não ir nem pedir trancamento, exatamente como fiz com a UFBA. E daí vem toda a lembrança da minha mãe continuamente pedindo para eu não fazer isso.
Hoje em dia virou praticamente um crime fazer uma coisa porque a mãe da gente pede. Nêgo transformou os pais numa espécie de doadores universais de mão única e é sempre um absurdo que se faça qualquer coisa por eles. Ou por qualquer pessoa, na verdade.
Quando eu e minha irmã nascemos, minha mãe ficou cuidando da gente. Quando completamos uns seis anos, ela disse “então é isso, galerinha, agora eu vou trabalhar”. E passou na UFBA e foi trabalhar e sempre tentando conciliar isso com as filhas dela e com um marido que nunca decidiu se queria uma dona de casa, uma executiva de sucesso ou uma pessoa legal pra conversar. Eles nunca decidem, suponho. Daí vem uma boçal qualquer na televisão e diz que os homens são o que são porque foram criados por nós. Minha avó era uma pós-doutora divorciada que ajudou a fundar o curso de psicologia da UFBA enquanto criava quatro filhos. Cinco, um morreu criança.
Não sei como minha mãe fez tudo que fez. Demorei séculos pra saber que aquilo que ela fazia enquanto esperava nossa aula de balé eram os trabalhos da faculdade. Demorei séculos para entender que quando ela disse que eu não podia levar minha irmã no balé e me levar para fazer aula de circo é porque ela não podia mesmo, sabe? Não tinha horas no dia pra isso. Nem pra levar a gente pra fazer inglês. E, sei lá, se demorei tantos séculos para entender coisas tão básicas, talvez até o fim da USP, talvez até o fim da maldita USP eu descubra como a minha mãe fazia."

Bom, este texto não é meu, ela foi retirado daqui Já matei por menos mas poderia muito bem ser meu, como vocês sabem, estou num dilema há algum tempo, e fico realmente aliviada por saber que não estou só. Ler esse post me fez pensar em algumas coisinhas relevantes que eu estava ignorando. Mas isto é assunto pra outro post.

PS: Genteeees, formatei meu computador e perdi TU-DO!!!!!!!!!!! Incluindo todos os arquivos do blog, imagens, textos, layouts, montagens :(((( Até meus gifs do James!! OMG! Os gifs eu recuperei mas o resto... well, lets restart! 

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